quinta-feira, 18 de junho de 2009

Pacto

Essa é uma redação que foi pedida em sala,na aula de redação.O gênero pedido era o conto e o tema era: drogas,assaltantes,ou qualquer coisa que o valha e tinha que ter algo ficticio.Tudo bem, admito, eu exagerei na parte ficitícia...Mas eu tive cinquenta minutos para fazer isso pô!


Eu estava chorando,no meu quarto.Quer dizer, no meu projeto de quarto.Ele fora um closet, para os antigos moradores.Como meu amigo, Eduardo, não utilizava o cubículo, deu-me.
Eu, nos anos que morava ali, fui transformando-o em meu.
O chão era ocupado pela cama, uma pilha de caixas, onde eu guardava minhas roupas e um papelão que servia de tapete.Isso era tudo que eu tinha, somado a meu caderno e meu precioso lápis.
Nas paredes, estavam pendurados todos os meus poemas, aproximadamente cem.
Eu já tentara publica-los, mas quem ia querer um escritor sujo que nem tinha o primeiro grau escolar completo?
Meu choro aumentou
Quem foi o idiota que disse que homem não chora??
Chora sim!
Como eu poderia não chorar?
Aos treze anos, fugi de casa.Com que propósito?
Virar um escritor famoso.
Qual foi meu destino?
Virei um drogado que tenta escrever umas porcarias de uma poemas, rala o dia todo e tem enormes olheiras por que passa a noite em claro, pensando no que a vida se transformou.
O que eu fiz com a minha vida?
Acendi um cigarro que estava a mão para responder.
Eu era podre de rico,tinha tudo o que queria e por conta de um maldito sonho, fugi de casa.
Eu poderia estar hoje na primeira página do jornal:
“Empresário Corny publica seu primeiro romance e diz que é apenas o começo.”
E onde eu estava?
Chorando, lamentando e fumando no meu quarto.
Hoje foi um dos piores dias da minha vida.
Eu ainda podia ver a imagem na minha cabeça...



Meu ouvido estava encostado na porta,ouvindo a conversa do Sr. Agnel, que um dia eu chamei de pai e mãe do dono da casinha.
- A mãe dele morreu dois dias depois que ele foi embora.
- E o irmão?
- Você não lê o jornal não?
- Não tenho dinheiro.
- Benhard comanda a Agnel Group.E o Corny?O que ele faz?
- O que ele conseguir.
- Posso vê-lo?
Ouvi duas batidas na porta, destranquei-a e abri.
Sai, lentamente, dando o maior suspense.
O queixo do meu pai só faltou cair no chão.
- Este pivete ai...É mesmo meu filho?
Me senti ofendido.
- Me pareço muito com o senhor.
- Meu filho não é pobre!
-Desculpe, mas existem coisas na vida que a gente não escolhe, aceita.
- Meu filho não é POBRE! – gritou antes de sair correndo da casa, como se eu fosse um fantasma.
Larissa, a mãe do meu amigo, colocou a mão no meu ombro,para me consolar.



Depois ainda dizem que rico não é preconceituoso...
Uma horrível dor na ponta dos meus dedos me fez largar a droga do cigarro.
E caí no sono.


Sono?Aquilo era real demais.
Onde eu estava?
Quem eram aquelas pessoas?
Aquele ali não era o Lucas?Meu amigo lá do morro?
Mas ele morreu!
Peraí!Não vai me dizer que aquele ali é o...
- Estou no inferno – sussurrei.
- Sim – respondeu a criatura lá de baixo.
- O que eu faço aqui?
- Quero fazer um pacto com você.
- Um pacto?
- Sim.Que tal: você poderá se vingar do seu pai com os poderes extras que eu te darei e me entregará sua alma.
- Feito?
- Tem certeza?
- Absoluta.
- Então volte para o lugar da onde você veio.


Acordei,suando.
EU tinha feito um pacto com demônio.
Tentei rir, mas minha risada saiu nervosa.
Respirei.
A vingança fluía por minhas veias.
Minha nova vida começaria agora.

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